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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

NOÇÕES DE MEDICINA ANTIENVELHECIMENTO - por Dr. Jacob Bergamin Filho

O homem sempre sonhou com a vida eterna. Temeu, e teme ainda, a morte, recusou-se a aceitá-la desde tempos imemoriais. Sempre acreditou em uma vida pós-vida, e alguns ensinamentos muito antigos já nos falavam de reencarnação, ou seja, viver de novo. Mais recentemente, vemos figuras históricas movendo céus e terras em busca das fontes da juventude e outros elixires que teriam o poder de deter, de interromper o processo natural do envelhecimento, que era um precursor da morte.

Essa busca persiste até hoje. A Ciência desde sempre vem se esforçando para fazer descobertas que possam ser de utilidade, que ajudem o ser humano a vencer seus inimigos naturais, como as epidemias de peste, os miasmas do pântano e as doenças incompreensíveis para a época. Como disse Brecht no seu Galileu, a única finalidade da Ciência é tornar menos miserável a existência humana...

E vem conseguindo. Vemos hoje cifras cada vez menores de mortalidade infantil – onde existe Ciência e vontade política – vemos doenças antes terríveis serem declaradas extintas, vemos a expectativa de vida aumentar de menos de 48 anos no inicio do século XX para mais de 75 nos dias de hoje. Tudo isso foi conseguido por uma conjunção de fatores e pelo esforço de muitas e muitas pessoas.

A Medicina hoje aprendeu a diagnosticar, controlar e curar um número enorme de doenças que antes matavam aos milhares.

Só que ainda não conseguiu desvendar o envelhecimento. Há teorias, muitas, das quais apenas umas poucas são faladas hoje. Como nenhuma é unanimemente aceita nem tampouco explica tudo, não vale a pena ficar pensando nelas.

O que se pergunta hoje é simplesmente, como podemos retardar a chegada da velhice? E, quando chegar, como fazer para não perder a saúde? Pois mesmo nos dias atuais, é normalmente aceito que, quando se envelhece, se adoece. São dois conceitos totalmente separados e independentes. Envelhecer é uma coisa, adoecer é outra. Mesmo porque não há necessidade de envelhecer para ficar doente. Crianças adoecem, jovens adoecem e não raro morrem.

Então, como envelhecer sem adoecer?

Esse é o propósito dessa nova fronteira da Medicina, muito recente, não mais de 10 ou 12 anos, que se denomina Medicina Antienvelhecimento, mas que seria melhor ser chamada de Medicina de Prevenção de Doenças da Velhice, ou de Longevidade Saudável, ou qualquer outro nome que passasse a idéia de que velhice vai chegar, mas doença pode e deve ser prevenida.

Essa é uma idéia unânime de todos os humanos. Portanto, já nasce apoiada por uma enorme vontade de vê-la crescer e se expandir. Mas não é somente isso. O número cada vez maior de idosos no mundo devido ao aumento da longevidade, junto com o fato de que ainda hoje velho adoece e gasta muito em procedimentos médicos e medicamentos, vai tornar todos os sistemas atuais de saúde, públicos ou privados, inviáveis a curto prazo. Não vai haver dinheiro suficiente para tratar de todos. Quem trata dos idosos é o dinheiro dos mais novos, que usam pouco o sistema. E esse se constitui em um outro problema, porque o numero de jovens está diminuindo no mundo, em alguns lugares de forma alarmante. Temos paises, sobretudo na Europa, com taxa de natalidade negativa em relação ao de mortalidade.

Então, a única saída é a prevenção. Não tem outra.

Temos que estudar o idoso tentando responder perguntas hoje sem respostas. Por que está doente? Quando começou isso? Como se desenvolveu essa deficiência? Por que os ossos ficaram fracos? Por que as artérias entupiram? Por que as idéias ficaram fracas? Por que não enxerga direito? Porque não tem mais animo ou força física para realizar tarefas comezinhas?

Mas a pergunta mãe é: como isso poderia ter sido prevenido? Quando teria sido bom começar a prevenção?

Não são assuntos simples. Existe um entrelaçamento de causas que vai ser muito difícil de vencer. É só analisar o estilo de vida da Humanidade hoje e comparar com 70, 100 anos atrás. Por um lado, cada vez mais conforto em todas as tarefas. Ninguém mais tem de rachar lenha, tirar água de poço ou capinar a roça para conseguir seu sustento. Ninguém mais tem de andar longas distancias, a pé, a cavalo ou charrete para se locomover. Nem mesmo tem de girar manivelas para abrir ou fechar vidros de carros. Esse conforto levou a uma condição de inércia física que hoje chamamos de sedentarismo, e que é uma daquelas raízes que se entrelaçam com outras. Nós temos de entender que nossa carga genética, nosso metabolismo, ainda é o mesmo de 40 mil anos atrás e que o organismo precisa de atividade, precisa se mexer, tem de fazer força... Os mais conscientes disso lotam as academias de ginástica que pipocam em todas as esquinas de todas as cidades...

Por outro lado, a aflição, a pressa, a rapidez determinam um viver de má qualidade – hoje tudo isso se resume na palavra “stress” que todo mundo usa, mas não sabe direito a que se refere. O stress designa um estado físico, emocional e mental praticamente coletivo, quase normal. É a segunda raiz, abraçada ao sedentarismo.

A terceira raiz é conseqüência de pressa e preguiça: a má alimentação. Cada vez comemos pior, mais rapidamente, com menos tranqüilidade e botamos para baixo alimentos em quantidades maiores e de qualidade pior, cada vez mais industrializados, mais desbalanceados, com remoção de nutrientes importantes e adição de outros veneninhos como corantes, conservantes, agrotóxicos e flavorizantes...

Some vida estressada, sedentarismo e má alimentação. O resultado sobrepuja em muito as demais causas de doenças em qualquer idade, ainda mais na velhice. Claro, ainda há as doenças genéticas – diabete como paradigma – as malformações congênitas, os erros inatos de metabolismo, e outras tantas coisas que, por enquanto, não conseguimos superar. Mas já temos noticia de manipulação genética em estado avançado: é uma pura questão de tempo conseguirmos ativar ou desativar genes conforme a necessidade...

A Ciência não pára... não pode parar. Apesar de haver tentativas poderosas nesse sentido. Considere a posição oficial do governo americano com relação à pesquisa com células tronco embrionárias.

Mas e hoje? O que pode e deve ser feito hoje? A Medicina de Prevenção deve agir sobre as três raízes que levam a um aumento brutal de moléstias que antes eram prerrogativas de idades avançadas. Agir desde o começo, desde o nascimento e até antes. Ensinar a viver melhor. Utilizar uma alimentação menos lesiva e fazer o possível para controlar o stress.

Essa é a meta da Medicina Antienvelhecimento.

Matéria do livro : A Velhice do Recém Nascido - 2ª edição
                          Autor: Dr. Jacob Bergamin Filho

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