Prostituição Infantil nas estradas brasileiras
É lamentável e inconcebível que a prostituição infantil ocorra em estradas brasileiras sem a devida punição dos responsáveis por esses menores de idade e também dos adultos que cometem atos de pedofilia, uma vez que estão se relacionando sexualmente com menores de idade.
O jornal Estado de São Paulo trouxe dados que além de preocupantes são revoltantes pelo descaso com a saúde física e emocional de meninas e também meninos que vendem seus corpos, na maioria dos casos para obterem pedras de crack. Alguns, simplesmente para matarem a fome ou ajudarem no orçamento familiar.
Que país é esse que assiste a algo tão degradante como se fosse um mero expectador, sem responsabilidade sobre o fato?
Um médico canadense esteve no Brasil avaliando a situação e ficou indignado com o número absurdo de crianças viciadas em crack , o que acaba desencadeando também a prostituição para conseguir a droga.
Sabemos que, a destruição causada pelo uso de crack é uma das mais devastadoras entre todas as drogas. As lesões provocadas pelo uso são irreversíveis e o vício já é instalado na primeira vez de uso. Sair desse tipo de vício é dificílimo e o país não possui um número suficiente de clínicas e leitos em hospitais públicos para receber o número cada vez maior de viciados.
Lamentavelmente dentre esse número estão muitas crianças que iniciam o vício antes de completarem dez anos de idade. Aos treze estão perdidas e são certamente candidatas a morrerem muito em breve.
Tornam-se agressivas, o que acaba levando-as às brigas violentas. Passam a roubar não somente dentro de casa mas também cometendo furtos nas ruas para comprarem uma pedra de crack.
A reportagem trazida pelo jornal mostra um número enorme de meninas que se prostituem nas estradas do Vale do Paraíba sob a conivência de donos de postos, restaurantes e às vezes até mesmo da polícia rodoviária.
Autoridades alegam que é quase impossível coibir esse tipo de crime pois as famílias dessas crianças apóiam muitas vezes a prostituição para que tragam dinheiro para casa. Outras, alegam que o vício do crack é maior que a autoridade dos pais e acabam lavando as mãos.
Nada justifica essa perda enorme de crianças e jovens em nosso país. É hoje, com certeza, o país em que existe o maior número de crianças viciadas em drogas no mundo.
O Governo afirma constantemente que não sabe mais como resolver o problema. Os pais também não conseguem controlar os filhos e sofrem com mortes prematuras ou prisões inadequadas que em nada educam ou modificam o comportamento dessas crianças e jovens.
O que fazer? Cada um de nós pode ajudar a minimizar o problema inicialmente, educando adequadamente nossos filhos para que não encontrem na redoma das drogas a solução para suas fragilidades e falta de valores que não tiveram em sua educação familiar.
Podemos ajudar também participando de trabalhos voluntários que ajudem na tentativa de trazer de volta esses jovens para uma caminho menos árduo e mais feliz. Sem tratar as causas, o tratamento das conseqüências será apenas paliativo.
Varuna Viotti Victoria
pedagoga
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