UM POUCO SOBRE VINHOS

Lendo uma revista, achei interessante, eu que não entendo nada sobre vinhos, legal publicar sobre A RAINHA CABERNTET SAUVIGNON essa uva nobre que dá orígem aos melhores vinhos...
Lá vai, como esse blog é sobre tudo...desabafos, cultura, conhecimentos gerais, por que não falar sobre vinhos?

No mundo de Baco não cabem generalizações.  Mas se existe uva vermelha que se adaptou a praticamente todos os lugares é a cabernet sauvignon.  Seu aspecto mais extraordinário talvez seja a aptidão para viajar, assentar raizes em terras distantes e continar a produzir um vinho claramente cabernet sauvignon - ainda que feito de uvas cabernet sauvignon cultivadas no Chile nunca seja um vinho igual ao feito com as mesmas uvas na França.
Isso acontece porque a fruta é muito sensível às condições do solo e do clima, podendo variar o sabor, a acidez, a doçura, a coloração e a resitência da casca, o tamanho, a quantidade de sementes e o formato dos cachos.  Ou seja, o gosto da bebida é influenciado por um conjunto de fatores muitas vezes imprevisíveis.  Alguns deles são: o modo como as videiras são plantadas, cultivadas e tratadas; as condições de drenágem e fertilidade do solo; a inclinação e a altitude do terreno; as técnicas de vidrificação  usadas; e a forma como o vinho é tratado depois de engarrafado.


UVA NOBRE

A cabernet sauvignon é considerada a variedade tinta mais nobre do mundo.  Originária da região francesa de Bordeaux, é marca registrada das bem irrigadas terras do Médoc e Graves.  Misturada a outras castas, como merlot e cabernet franc, que entram em proporções menores, dá origem aos famosos Château Lafite Rothschild e Château Margaux.

Produz geralmete vinhos de sabor frutado inequívoco - com freqüencia comparados a cassis ou amoras pretas , com aromas complexos, em que geralmente se sobressai o de pimentão verde.  Mantém atração especial pelo envelhecimento, por sua enorme concentração de taninos, pigmentos e compostos aromáticos.  Com o envelhecimento, seus aromas primários dão lugar ao sutil buquê tão desejado pelo consumidor de bons vinhos.

Essa variedade foi introduzida no Brasil em 1921, mas somente a partir de 1980 que houve implemento de se plantio na Serra Gaúcha.  Por aqui sua característica marcante é a  cor vermelha com reflexos violáceos.  No olfato, exala aroma vegetal ou herbáceo.  Destaca-se a nota de pimentão, que é típica da espécie, devido às substâncias voláteis do grupo das pirazinas e, com menor frequência, da canela.  Na boca, logo após elaborado, o vinho apresenta-se um pouco adstringente, tornando-se suave, depois de certo período de amadurecimento.

Talvez por ser a uva tinta mais estruturada pela Embrapa, ou por fazer jus à fama de rainha das castas tintas, dificilmente se encontra um vinho brasileiro feito de cabernet sauvignon com grandes defeitos.  Do mais simples até o mais elaborado, nenhum é medíocre.  Portanto, entregue-se  sem medo a uma garrafa de cabernet sauvignon, seja do Velho ou do Novo Mundo.  Só não caia na tentação de provar um vinho feito pelos chineses: eles ainda não dominaram a rainha

GLOSSÁRIO DO TEXTO

ACIDEZ - essencial à vida de todos os vinhos. Num vinho de mesa seco e equilibrado deve estar entre 0,6% a 0,75% do volume.

CHÂTEAU - o termo, seguide de nome próprio, equivale em Bordeaux a uma propriedade destinada à produção de vinhos.

TANINO - substância natural essencial à estrutura dos tintos.  É derivado principalmente de cascas, sementes e engaços.

AROMA PRIMÁRIO - sensação olfativa que lembra uvas frescas e maduras.

AROMA SECUNDÁRIO - sensação olfativa resultante da fermentação.

AROMA TERCIÁRIO - também chamado de buquê, sensação olfativa depois que o vinho é engarrafado.


ALGUMAS DICAS:

Brunello di  Montalcino - Tenuta Nuova 2000 - Itália
Preparado com 100% de sanglovese, sua cor vermelho rubi se destaca.  Tem aromas de frutas concentrados, como cereja, ameixa e framboesa. Picante comaltas notas de especiarias exóticas com final de mentol.  Naboca é denso e harmonioso, em álcool e taninos moderados.
Indicação:  Massas com molho vermelho, carnes de caça e queijos mais fortes.

Terrazas Reserva Malbec - Argentina
Vermelho inteso, brilhante e com reflexos azuis.  Tem aroma potente e muito complexo.  Revelam-se notas de frutas vermelhas, como framboesa, groselha e ameixa.  Seu envelhecimento em barris de carvalho traz aromas de baunilha e caramelo.  Seus taninos, bem presentes, lhe dão caráter e vivacidade.
Indicação:  Acompanha carnes vermelhas preparadas no forno ou grelhadas, carnes com molho, carnes de caça ou churrasco.  Servir entro 16° e 18°C

Corvo Rosso 2002 - Itália
Vermelho rubi vivo com nuances tecendo o frená.
Tem perfume complexo de frutas maduras, especiarias e tabaco.  Sabor seco, aveludado, pleno com fortes nuances, agradável, equilibrado, vivo.  Textura personalíssima.
Indicação: Carnes gralhadas, assados, carnes de caça e quejos de meia cura.

Clos Torribas Tinto - Crianza 2003 - Espanha
Envelhecido por um ano em carvalho e por mais um ano na garrafa, a partir de uvas da variedade tempranillo. De paladar suave com tempo de maturação moderado.  Destacam os sabores do envelhecimento em equilíbrio com o copo do vinho e com os aspectos de frutas.
Indicação: Presunto cru, pata negra, paella, queijos de sabor médio.


Vinhos: Robson Castor , sommelier do Pão de Açúcar
o texto é da Renata Vieira...pois eu não entendo de vinhos